terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Caminhos do sol
Ví os raios que brilhavam
olhei o horizonte
contei nos dedos os dias
e no céu viajei
Viajei anos, olhei dias e noites
cantei canções para a vida
e ela me seguia calma
Fui transparente
a paz tem seu narcisismo
quer conversar com o silêncio a sós
Então os olhos diziam
estarem num universo
do sol
Rosalina Herai
Trapos
Frondosa árvore
Frondosa árvore
Me de seu abraço bela árvore
me leve em sua copa para olhar
as campinas tão verdes, os rios
e no céu o voo dos pássaros
Deixe-me tentar e pensar
que posso tocar as estrelas
ou então acariciar
os pássaros que são tão lindos
O sol dele irei esconder
brincar de pique esconde em seus braços
e ele com muito carinho
me aquecer em seus galhos
E assim brincando com o horizonte
irei com meu pensamento passear
dando as mãos para a paz
escutar no meu coração
a vida é a maior das dádivas
Rosalina Herai
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
A casa do amor
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Porto
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Viva
O contador de histórias
Existiu um contador de histórias
que saía pelo mundo
Para a todos as contar
Contava para o vento
Até mesmo para o sol
Falava de tantos assuntos
Conversava com o mar
Com o tempo seus olhos fecharam
Já não as podia contar
O vento que o conhecia
Falou: Deixe, eu levo suas histórias no ar
As estrelas que um dia o ouviram
Também quiseram ajudar
Disseram para ele
À todos irei lembrar
Que um dia um contador de histórias
Nos fez um dia sonhar
Abençoou todos os contadores
Fazendo-nos deles lembrar
As almas que anseiam por carícias
Vem em nós procurar
Todas as histórias do mundo
Que os contadores sabem contar
A natureza aplaudiu
Até mesmo o imenso mar
Os contadores de histórias
Iriam para sempre viver
Porque o que eles sempre fizeram
Era a tudo homenagear
O contador de histórias
Partiu do mundo em paz
O que ele deixou para todos
É que o sonho sempre se refaz
Muitos contadores de histórias
O mundo iriam iluminar
E que todos eles
A paz iriam ensinar
Rosalina Herai
Lírio do criador
Vi uma santa
Caminhava entre os homens
Não sentiu medo
Avançou em seus passos
Enfiou-se entre muros
Passarelas e mal cheiro
Deu-lhes seus braços
Foi na tristeza
Buscar os seu tesouros
Onde tinha tanta imundície
Ela viu brilhantes escondidos
Eram seres humanos
Vivendo mortos e tristes
O sol que despontava para todos
Ela lhes mostrou com alegria
Foi a alma sincera
Matou a tristeza e sua letargia
Quando seus olhos se fecharam
Deixou sementes de amor
Seu nome era Madre Tereza de Calcutá
Obreira do criador
Rosalina Herai
Visita no Mar
Havia um pescador
Que vivia a reclamar
Brigando com seus colegas e todos
Para ali, no mar, não se achegarem
Olhava toda aquela imensidão
Fazia ali até serão
Apaixonara -se pelo mar
Queria-o a todos negar
Um dia chegando de mansinho
Alguém se aproximou
O pescador assustado ouviu
O que fazes aí sózinho ?
Cuido deste mar
O pescador assim falou
Ao povo o renegarei
Pois,o dono dele o abandonou
Pescador egoísta
Não vês a imensidão do mar
O mar é de todos
Foi feito para a terra refrescar
Aquele que havia chegado de mansinho
Contou-lhe sobre uma párabola
Do tempo que a gente passa
No mundo sem fazer nada
Falou que os peixes escutavam
O barulho do coração
Falando com mais carinho
Até os peixes vinham comer nas mãos
O mar conversava com Deus
Curava almas que ali vinham cansadas
Bastava ao homem olhar
E sua alma descansava e voava
Então o visitante se despediu
Não deixara marcas no chão
Caminhou por sobre as águas
Abriu os braços no mar
E na imensidão daquela paisagem
Sua imagem se foi
Por onde havia caminhado
O mar resplandecia, brilhava
Agora o pescador sabia
Que o visitante era o dono do mar
Rosalina Herai
O espinho
O espinho escondido
Vivia a machucar
A todos que chegavam na rosa
Para à ela cheirar
Queria fingir que era rosa
De tanto ciúmes que tinha
Machucava a todos com ciúmes
Sorria ao sair impune
Com o tempo
A rosa se entristeceu
Deixou cair suas pétalas
Murchou chorosa no galho
Morreu desbotada e secou
O espinho ficou feliz
Achou que agora
Os beijos seriam seus
Ficou à todos esperando
E ninguém ali se achegava
Ficou sózinho em seu canto
Abandonado derramando seu pranto
Sentia dois tipos de dores
A dor de ser ferido por outros espinhos
E a de ter visto seu desencanto
Ficou todo feio e duro
Sentia a dor em seu coração antes impuro
Agora arrependido chorava
Pedindo a volta da rosa
E sua carícia de veludo
Um dia um anjo por ali passou
Tocou suas faces molhadas
Amoleceu o espinho
E do espinho soltou flores rosadas
Nascia a primavera
Antes tão feia em espinho
Agora reina numa estação
Até seu nome ganhara
Primavera
Rosalina Herai
Grãos de trigo
Expulsos foram o homem e a mulher
Do paraíso ao pecarem
Jogaram por terra o bom viver
Tiveram fome e não tinham nada
Para comerem
Deus que o maná mandava no paraíso
Ficou com pena de sua criação
Perguntou-lhes:-O que fizeram, por que razão?
Disseram:-Fomos enganados por um ladrão!
Ladrão nos roubou a eternidade
Acabamos por pecar contra sua lealdade
Pusemos malícia no que é perfeito
Destruindo a pureza do homem feito
Deus com pena resolveu dar um jeito
Pegou o capim e o abriu
Pegou o maná e o partiu
Fez grãos e no capim aderiu
Ensinou-os a plantar e a colher
Colocou em suas bocas o grão milagroso
Disse-lhes:-Plantem mais, pois é gostoso
Matará a fome dos seus filhos e do seu povo
Assim é o trigo na plantação
Soberbo e lindo, sinal do perdão
Do Bom Deus que amou toda criação
Deu o maná no trigo para salvação
Rosalina Herai
Durma em paz
Cantei com o vento
Uma canção de ninar
Para a terra dormir
E poder descansar
Deixei-a tão calma e mansa
Que a paz fez até moradia
Nas mentes cansadas
Curtindo a siesta tardia
Enquanto todos dormiam
O sol também amenizou
Seus raios um pouco guardou
Vendo o silencio acalmou
Na terra todos dormiam tranquilos
Foi o sono que retornou
Trazendo sonhos tão belos
Que até o sonho sonhou
Rosalina Herai
O quadro
Voce ja viu uma mancha na tela
Naquela pintura daquela cor
É o rosto de Jesus
Pintado de outra cor
A cor que se apresenta
Não é igual as outras
Então para o racista se torna bolor
Só aceita se igual a ele for
Pode um homem ser
Branco, amarelo, negro, vermelho
Mas, ele é perseguido
Pelo racista não é aceito
Como se fosse um bolor
Assim é o homem de outra cor
Na cabeça do racista
Ignora-o, só tem rancor
Como uma mancha no quadro
Como tinta do pincel caída
Assim é o homem
Julgado pelo racista
Todo racista é louco
Maldoso e usurpador
Aproveita o desamparo
Ferindo sendo opressor
No quadro de Jesus colorido
O racista cai em si
De sua ignorância
Descobre, o homem é seu interior
E sorri
Agora sem preconceito
De todos tem respeito
Ama o ego que vê
E não alastra mais o medo
Poderia ser Jesus
Vermelho ou preto
Também ser branco
Da cor amarela
De todas as cores
É criador do mesmo jeito
De todas as raças, todas belas
Cor é apenas pigmentação
Um ato de proteção
Da melanina no corpo
Entrando em ação
O importante é o homem
O que leva em seu coração
Rosalina Herai
Homens traídos
BILHETE ENCONTRADO NO BOLSO DA FARDA DE UM SOLDADO DESCONHECIDO, MORTO NA SEGUNDA GRANDE GUERRA, NO PRIMEIRO ATAQUE À MONTE CASTELO.
" Escuta Deus,
Jamais falei contigo.
Hoje quero saudar-te-: Bom dia! Como vais?
Sabes? Disseram que tu não existe e eu, tolo, acreditei que era verdade.
Nunca havia reparado tua obra.
Ontem à noite da trincheira rasgada por granadas, vi teu céu estrelado e compreendi então que me enganaram.
Não sei se apertarás minha mão .Vou te explicar e hás de compreender.
É engraçado: neste inferno hediondo achei a luz para enxergar teu rosto.
Dito isto já não tenho muita coisa a te contar.
Só que... que... tenho muito prazer em conhecer-te.
Fazemos um ataque à meia noite.
Não tenho medo.
Deus, sei que tu velas...
Ah! É o clarim! Bom Deus, devo ir-me embora.
Gostei de ti, vou ter saudade.
Quero dizer, será cruenta a luta, bem o sabes, e esta noite pode ser que eu vá bate a tua porta!
Muito amigos não fomos é verdade.
Mas sim... estou chorando! Vê Deus, penso que já não sou tão mau.
Bom Deus, tenho que ir. Sorte é coisa bem rara.
Juro porém que já não receio a morte... "
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Homens Traídos
No centro de um conflito
Um soldado grita, perde a razão
Chorando segura a arma
E ao choro dá vazão
Em meio à tantos atritos
Chorando o soldado reza
Pedindo a Deus que o salve
Do terrível amargor da guerra
Sem razão enlouquecido
O soldado põe o peito
De encontro à morte
Enquanto seus familiares
Rezam por sua sorte
Em cada rosto dor e sofrimento
Está cansado de testemunhar a morte
Espera também morrer
Seu corpo está cheio de cortes
Virando os mortos com as mãos
E muitas vezes usando os pés
O soldado olha horrorizado
O mal de frente, constata
Governantes brincam com a morte
Ao acabar a guerra
Perguntam aos soldados
O que os levou a matar irmãos
São todos filhos da mãe terra
Respondem então entristecidos
São as ambições
Governos que perderam a razão
Usaram de nossa boa fé
Tiraram de nós a comunhão
Não temos nada uns contra os outros
Somos homens, temos familia
Mandaram-nos matar
Salvar a pátria, mas eram armadilhas
A verdade não era esta
Fomos usados e traídos
Governantes se negaram a assinar
Tratados de paz, serem amigos
Rosalina Herai
Felicidade
A felicidade viu um palácio
O olhou e foi se refugiar
Achou-o um monstro
Disposto a muitos matar
O dono do palácio
Vivia a reclamar
Da escuridão de seus dias
Nem o sol ali queria entrar
Refugiou-se na torre
Para poder os raios do sol ver entrar
Gritou bem alto da torre
O que fiz eu para me abandonar
Gritou o mais alto que pôde
Que a felicidade se pos a rastejar
Chegando bem perto de mansinho
Para poder a ele escutar
Escutou muitas lamúrias
No meio de tantas formosuras
Que sua vida ficou trancada
Dentro desta clausura
Chorou por tantas vezes
Que a saudade sentiu pena
Convidou-o par passear
Para aliviar-lhe o pesar
Mostrou-lhe crianças brincando
Casais também se amando
Familias inteiras reunidas
Vivendo o amor, serenas
Mostrou-lhe a beleza lá fora
Da fortaleza, a prisão
Que o dono do palácio
Tomou uma decisão
Pediu para que mudassem as leis
O palácio virou ponto turistico
E ele mudou para um lugar mais bonito
Convidando a felicidade
Para morar consigo
Sentou-se na relva macia
Depois deitou e se pos a olhar
As nuvens que corriam no céu
E as andorinhas do ar
Ficou tão leve e contente
Que os olhos só sorriam a apreciar
Estava livre da prisão
Que quase o conseguiu matar
Rosalina Herai
Obrigado amigo
Obrigado Amigo
Sou prisioneiro
De celas abertas
Sem teto
Sem paredes
Sem chão
Sou prisioneiro
Esquecido de todos
Transparente
Sem corpo,sem razão
Sou prisioneiro
Não vejo o espaço
Não conto o tempo
Estou renegado
Sou prisioneiro
Atado por arroubos
Sofrendo amarrado
Com redes e laços
Sou prisioneiro
Do esquecimento
Do lar inexistente
Que a paz, destruiu
Sou liberto
Pelos amigos que tenho
No amor da amizade
Me fizeram feliz
Cortaram com faca
A rede que amarrava
Soltaram minha alma
Para ela viver
Rosalina Herai
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