terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O espinho




O espinho escondido
Vivia a machucar
A todos que chegavam na rosa
Para à ela cheirar

Queria fingir que era rosa
De tanto ciúmes que tinha
Machucava a todos com ciúmes
Sorria ao sair impune

Com o tempo
A rosa se entristeceu
Deixou cair suas pétalas
Murchou chorosa no galho
Morreu desbotada e secou

O espinho ficou feliz
Achou que agora
Os beijos seriam seus
Ficou à todos esperando
E ninguém ali se achegava

Ficou sózinho em seu canto
Abandonado derramando seu pranto
Sentia dois tipos de dores
A dor de ser ferido por outros espinhos
E a de ter visto seu desencanto


Ficou todo feio e duro
Sentia a dor em seu coração antes impuro
Agora arrependido chorava
Pedindo a volta da rosa
E sua carícia de veludo

Um dia um anjo por ali passou
Tocou suas faces molhadas
Amoleceu o espinho
E do espinho soltou flores rosadas

Nascia a primavera
Antes tão feia em espinho
Agora reina numa estação
Até seu nome ganhara
Primavera

Rosalina Herai